Investigador de Polícia do DI-DEIC, Antenor Ferreira da Silva, "Paraiba", "pioneiro da natação brasileira".
Campeão sul-americano em 1947, na foto Paraíba posa ao lado do recordista mundial dos 1.500 metros, Hironoshin Furuhashi, em 1950, no Pacaembu.
Antenor nasceu na cidade de Natal, Estado do Rio Grande do Norte Natal, em 1.922. Foi um dos pioneiros da natação no país.
Profissionalizou-se pelo Corinthians, mas também praticou o esporte pelo Clube Esperia, Tenis Clube e Ribeirão Preto (SP).
Em 1947, com a marca de 20min18s, bateu o recorde sul-americano dos 1.500 metros nado livre, na Argentina. Quem lhe pôs a medalha no pescoço e lhe chamou de valente foi o então presidente Juan Domingo Perón.
Aposentou-se na década de 70, falecendo em 2.010.
Residia na Vila Clementino.
Antenor Ferreira da Silva, o Paraíba foi um dos pioneiros da natação brasileira e professor de várias gerações entre os anos 50 e 70. Ele relembrava sempre maior glória: o recorde sul-americano de nado livre, nos 1.500 metros, conquistado no Club Gimnasia Y Esgrima de Buenos Aires, em 1947. Lembra que, ao entregar-lhe a medalha, o então presidente argentino Juan Domingo Perón disse que fora “valente”. Seu tempo foi de 20 minutos e 18 segundos. Marca que hoje foi obviamente superada – o atual recorde sul-americano é de 15 minutos, 15 segundos e 05 centésimos. Mas os tempos são mesmo outros. Os atletas nadam, nos treinamentos, pelo menos 80 quilômetros por semana, cercados por técnicos, médicos e nutricionistas. Em sua época, Paraíba, como Antenor gostava de ser chamado, nadava cinco quilômetros por dia, e quando quebrou o recorde sul-americano nem sequer usava óculos para proteger do cloro. “Era tudo no peito”, diz ele, que nunca ganhou dinheiro nas competições. “Quando me deram um agasalho de presente, fui obrigado a devolver pelo Sylvio Magalhães Padilha, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro. Ele disse que, se aceitasse, seria considerado profissional.”
Paraíba ficou muito chateado quando foi preterido na Olimpíada de 1948, em Londres. “Era para eu ter ido, mas eles preferiram utilizar na natação um jogador de pólo, para economizar. Na verdade fui traído pela Confederação Brasileira de Desporto.” Paraíba, porém, não se queixava da falta de reconhecimento. Na piscina do Tênis Clube, em São Paulo, há uma placa em sua homenagem. Ele nadava desde criança nas águas do Rio Tietê, depois foi para as piscinas do Corinthians para se livrar de uma bronquite asmática. Paraíba nasceu em Natal, Rio Grande do Norte, e veio com a família inteira para São Paulo com dez anos. “Estranho um lugar de seca dar bom nadador”, brinca. Dos 13 irmãos, só ele deu para a natação. A mulher, a professora Valquíria de Abreu Ferreira da Silva, mãe de seus três filhos, detesta água. Fez travessias no rio Tietê, em que ficava na frente de um nadador carioca, João Havelange, presidente da Fifa de 1974 a 1998. “Tive cãibras na chegada, mas ganhei dele em 1943 e 1944”, alardeia. Outro rival foi o nadador Tetsuo Okamoto, primeiro nadador brasileiro a ganhar a medalha olímpica, o bronze em Helsinque, Finlândia, em 1952. “Era meu freguês”, dizia Paraíba, que também foi técnico de Tetsuo. Com 1,68 m, ele fazia de seu forte, mais do que a batida de pernas, o vigor das braçadas. Aponta então para outro feito, registrado pelo jornal interno do Tênis Clube, tendo uma placa em seu nome naquele clube. Quando tinha 62 anos, Paraiba salvou um garoto que, vítima de uma congestão, se afogava na piscina. “Fiz um boca a boca. O engraçado é que só consegui porque tinha lido dias antes sobre o assunto na revista Seleções.”
Era muito amigo de Oto Jordan, proprietário do Leite Vigor, que foi outro nadador de ponta na época.